Rio de Janeiro tem o pior resultado no Ideb da Região Sudeste
Estado obteve índice 5,3 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica 2022, e ficou atrás de São Paulo com 6,1, Minas Gerais com 5,9, e Espírito Santo com 5,8.
O Rio de Janeiro teve o pior resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2022 da Região Sudeste. O estado obteve índice 5,3, e ficou atrás de São Paulo com 6,1, Minas Gerais com 5,9, e Espírito Santo com 5,8.
Mesmo quando comparado com outros estados, a situação do Rio de Janeiro também não melhora.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, a nota do estado foi 5,3, ao lado de estados como Piauí e Alagoas (veja tabela abaixo).
Nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, os índices são ainda piores: 4,8 e 3,9, respectivamente.
O Ideb, criado em 2007, foi divulgado na semana passada e é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar e das médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Ideb – Ensino fundamental / Anos iniciais
Santa Catarina 6,2
Ceará 6,1
São Paulo 6,1
Paraná 6,1
Minas Gerais 5,9
Distrito Federal 5,9
Espírito Santo 5,8
R. G. do Sul 5,8
Goiás 5,7
Mato Grosso 5,5
Acre 5,4
Rondônia 5,3
Amazonas
Roraima 5,3
Piauí 5,3
Alagoas 5,3
Rio de Janeiro 5,3
Ideb – Ensino fundamental / Anos finais
Ceará 5,3
São Paulo 5,3
Paraná 5,2
Minas Gerais 5,1
Goiás 5,1
Santa Catarina 5,0
R. G. do Sul 5,0
Centro-Oeste 4,9
Distrito Federal 4,9
Rondônia 4,8
Tocantins 4,8
Piauí 4,8
Espírito Santo 4,8
Rio de Janeiro 4,8
Ideb – Ensino médio
Paraná 4,6
Goiás 4,5
Ceará 4,4
Pernambuco 4,4
Espírito Santo 4,4
São Paulo 4,4
Tocantins 4,1
R. G. do Sul 4,1
Piauí 4,0
Minas Gerais 4,0
Distrito Federal 4,0
Rondônia 3,9
Acre 3,9
Paraíba 3,9
Sergipe 3,9
Rio de Janeiro 3,9
Resultado abaixo da meta
A situação do estado só melhora um pouco quando comparada com anos anteriores, em que os resultados também foram ruins. Mas ficaram abaixo da projeção que a Secretaria Estadual de Educação fez para 2021.
ndice de Desenvolvimento da Educação Básica
Ensino médio RJ
2019: 3,5
2021: 3,9
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
Ensino fundamental RJ / Anos iniciais
2021: 5,3
Projeção para 2021: 6,2
Ensino fundamental RJ / Anos finais
2021: 4,8
Projeção para 2021: 5,2
Já no município, os índices subiram um pouco, mas não atingiram a meta para 2021 em nenhum dos segmentos do ensino fundamental.
Rede Municipal do Rio/ Anos iniciais do fundamental
2021: 5,4
Projeção para 2021: 6,4
Rede Municipal do Rio/ Anos finais do fundamental
2021: 5,0
Projeção para 2021: 5,7
“A cidade do Rio de Janeiro já vinha numa tendência de queda nos seus resultados. Tanto nos anos iniciais, quanto nos anos finais desde 2017. Então, essa tendência de queda foi agravada pelo efeito da pandemia e pela forma como esse efeito foi gerenciado no ano de 2020”, disse Antoine Lousão, secretário municipal de Educação do Rio.
No estado, algumas cidades conseguiram superar os maus resultados e obtiveram índices melhores do que a média do estado.
Ideb - Ensino fundamental / anos finais
Miracema 6,0
Cardoso Moreira 5,7
Carmo 5,7
Miguel Pereira 5,7
Itaocara 5,6
Rio Claro 5,6
Itaperuna 5,5
Piraí 5,5
Porto Real 5,5
Rio das Ostras 5,5
Sumidouro 5,5
Maricá 5,4
Santo Antônio de Pádua 5,4
Aperibé 5,3
Barra Mansa 5,3
Cantagalo 5,3
Casimiro de Abreu 5,3
Cordeiro 5,3
Quatis 5,3
Rio das Flores 5,3
Volta Redonda 5,3
Bom Jardim 5,2
Comendador Levy Gasparian 5,2
Duas Barras 5,2
Italva 5,2
Macaé 5,2
Mendes 5,2
Nova Friburgo 5,2
Quissamã 5,2
Seropédica 5,2
Bom Jesus do Itabapoana 5,1
Cambuci 5,1
Itatiaia 5,1
Paty do Alferes 5,1
Rio de Janeiro 5,1
São Fidélis 5,1
São José de Ubá 5,1
Teresópolis 5,1
Engenheiro Paulo de Frontin 5,0
Resende 5,0
Santa Maria Madalena 5,0
Vassouras 5,0
Barra do Piraí 4,9
Laje do Muriaé 4,9
Mangaratiba 4,9
Paracambi 4,9
Porciúncula 4,9
São Pedro da Aldeia 4,9
Saquarema 4,9
Trajano de Moraes 4,9
Cachoeiras de Macacu 4,8
Carapebus 4,8
Guapimirim 4,8
Macuco 4,8
São José do Vale do Rio Preto 4,8
Araruama 4,7
Niterói 4,7
Paraíba do Sul 4,7
Rio Bonito 4,7
São Francisco de Itabapoana 4,7
Tanguá 4,7
Valença 4,7
Angra dos Reis 4,6
Itaguaí 4,6
Petrópolis 4,6
São Sebastião do Alto 4,6
Conceição de Macabu 4,5
Itaboraí 4,5
Paraty 4,5
Sapucaia 4,5
Três Rios 4,5
Magé 4,4
Natividade 4,4
Nilópolis 4,4
Nova Iguaçu 4,4
Pinheiral 4,4
Queimados 4,4
São Gonçalo 4,4
Silva Jardim 4,4
Campos dos Goytacazes 4,3
São João de Meriti 4,3
Mesquita 4,2
Belford Roxo 4,1
Duque de Caxias 4,1
Japeri 4,1
Varre-Sai 4,1
São João da Barra 3,8
Areal -
Armação dos Búzios -
Arraial do Cabo -
Cabo Frio -
Iguaba Grande -
Números podem não refletir realidade
Os números do estado e dos municípios em geral são fracos e preocupantes, e precisam ser analisados com cautela. É que o Ideb é formado pelos resultados das provas do Saeb, o sistema de avaliação da educação básica, somados às taxas de aprovação.
Em 2020, por causa da pandemia e com as escolas fechadas, as redes de ensino foram incentivadas a não reprovar alunos. O mesmo aconteceu em 2021. Com isso, a taxa de aprovação aumentou muito em todos os segmentos, o que pode ter mascarado os números.
“De fato houve mais aprovação do que em condições normais. não foi uma conduta errada, mas e importante ter isso em mente quando a gente olha para o número. De fato, o número também está inflado por conta da elevada taxa de aprovação”, explica Claudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV.
Outro fator atípico foi que as avaliações do Saeb foram feitas entre novembro e dezembro do ano passado, um período em que muitas escolas tinham acabado de voltar ao ensino presencial, e outras ainda estavam em sistema híbrido.
Esse cenário diminuiu a participação dos estudantes na avaliação.
A taxa de participação mais baixa sugere que os alunos que não fizeram as provas são aqueles: de menor nível socioeconômico, ou que já estavam acompanhando menos as atividades escolares ou ainda que já tinham abandonado completamente a escola. Ou seja, os melhores alunos fizeram as provas, ou os com mais dificuldades, não participaram, o que pode ser mais um fator para camuflar os dados, mesmo que não intencionalmente.
“A gente só vai saber de fato quando o Inep liberar a taxa de participação por rede. Infelizmente o MEC ainda não soltou esses dados. A gente só tem a média do país. Então, a gente não consegue comparar com os outros anos e a gente não consegue também saber quem são esses estudantes. A gente tem hipóteses muitos razoáveis que de fato quem deixou de fazer são aqueles com maior fragilidade e aí isso pode, sim, estar levando a um cenário que é mais otimista que de fato aconteceu na verdade”, diz Lucas Hoogerbrugge, líder de relações governamentais do Todos pela Educação.
A Secretaria Estadual de Educação disse que o aprendizado de português e matemática foi prejudicado pela pandemia, mas que a nota do ensino fundamental no Ideb aumentou 15%, e o do ensino médio 11%. Disse ainda que esse crescimento foi superior aos demais estados do sudeste.